“Tijolo é uma música que toca em temas urgentes do Brasil de hoje”, explica Aíla.
“Fala de corrupção, da imprensa manipuladora, do descaso com o meio ambiente, a violência das barragens, toda a sujeira que marca as relações de poder, os conchavos. Escancara e denuncia o egoísmo do capital, a ausência de direitos básicos: educação, saúde, alimento, terra”, completa.
Sob bases de um piano atordoante, Aíla faz um canto falado, apocalíptico. Não há gracejos na voz. Seu alicerce é (e precisa ser) firme para dar conta de um discurso tão forte e contundente.
Não é, inclusive, por acaso que o vídeo sai neste mês de novembro, quando se completa dois anos do desastre ambiental de Mariana, o maior da história brasileira. Em 5 de novembro de 2015, rompeu-se a barragem de Fundão e foram despejados 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos.
Como evidencia outro trecho da canção:
“Uns vão simulando tristeza /
Outros fazendo piada /
Confundindo a pesca do povo /
Poluindo as águas”
A estética adotada por Julia Zakia coloca a artista na terra. Suja, enlameada, mas também conectada com o chão. Próxima de onde a luta deve ser travada.
“Eu me entreguei, imergi. Realizei uma performance que reflete a sensação de angústia, de incômodo, a urgência da denúncia”, conta Aíla.
Em Cada Verso um Contra-Ataque, o disco, foi realizado com o auxílio do edital Natura Musical.
Assista ao clipe de Tijolo:
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