Nada pode parar Dona Onete: nem mesmo as dez horas de viagem que separam Belém de Belo Horizonte, onde ela desembarca como atração do festival Giro Brasil. O show de amanhã, no Mercado Distrital do Cruzeiro, será o terceiro que a senhora mais simpática da música brasileira realizará no curtíssimo espaço de quatro dias.
“Quem me dá esta energia são vocês, é o público”, garante a cantora, 78 anos completos no último mês de junho. Quem a vê em cima de um palco, não duvida de sua força em hora alguma– trata-se de um dos shows mais animados que o público pode assistir hoje em dia. Culpe-se o carimbó, ritmo paraense que sequestra prazeirosamente os quadris, do qual
Dona Onete é embaixadora máxima, especialmente quando se fala de uma certa inflexão “chamegada” do estilo, encontrada com fartura em seu disco de estreia “Feitiço Caboclo” e em “Banzeiro”, lançado no ano passado.
Mas, é claro, não dá para esquecer o melhor tempero dessa caldeirada sonora saborosa: o carisma e a simpatia que parecem infindáveis da cantora. “Tem um jeito de agradar que é meu”, revela. “Me preocupo em tratar bem as pessoas, presto atenção no público, faço um tchauzinho, jogo beijinhos. Mesmo quando estou fazendo show para 60 mil pessoas, como acontece às vezes, estou o tempo todo dando atenção para o pessoal que fica lá atrás”.
Com a proposta de reunir representantes musicais de dois estados em uma mesma noite, a segunda edição do Giro Brasil promove o encontro entre Minas Gerais e Pará. Um diálogo que, para Dona Onete, garante uma boa prosa musical. “Gosto muito da música mineira, das serestas, do congado, do samba de Clara Nunes. Na música daí, tudo vai se misturando, o preto com o branco, com o índio, daí vão surgindo os ritmos. Tenho muito disso, por isso acho que sou tão bem recebida em Minas”, acredita.
Seu show conta com a participação do cantor, compositor e guitarrista conterrâneo Felipe Cordeiro, outro nome que ajudou a cena paraense a se projetar nacionalmente. “Ele é minha criança, meu amigo”, elogia a cantora. “Juntos damos visibilidade para a música do Pará. Não caminho sozinha, estou com eles e eles estão comigo, mostrando o que o Estado tem”.
Outros conterrâneos presentes no festival é o duo instrumental Strobo e o cantor Jaloo, nome quentíssimo da produção de lá. A porção mineira do evento fica por conta de Matheus Brant, e sua abordagem indie do pagode e do axé, e Palomita DJ, especialista em misturas sonoras.
via: http://hoje.vc/1c1uv
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