“O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”: eis um excelente tema para um debate de grande significado na conjuntura atual do país, com a participação dos que são a favor e contra essa interpretação do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Mas transformar esse tema em disciplina acadêmica nas universidades não é apenas um abuso e um desvio de finalidade das instituições de ensino superior, sobretudo as públicas: é uma deslavada desonestidade intelectual. Um ato partidário que avilta a autonomia universitária e viola a mais nobre razão de ser da academia.
Seguindo exemplo nada edificante de outras universidades, o movimento chegou à Faculdade de Comunicação da UFPA, segundo informa a professora Rosaly Brito a O Liberal. Nesse caso, a disciplina não resiste ao mais elementar questionamento metodológico. O título, que transforma um instrumento constitucional (o impediemento da presidente da república por crime de responsabilidade) em golpe inconteste, já atesta o desvio ideológico da disciplina, seu viés anticientífico, seu caráter totalitário, sua aversão à diversidade e pluralidade. Evidentemente, não pode ser incluído na estrutura curricular de um curso de comunicação social.
Espero que a inteligência e a honestidade intelectual provoquem o abordo assistido desta má ideia.
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