O deputado estadual Luiz Sefer não será candidato à reeleição em outubro, encerrando assim a sua carreira política. Mas seu filho, Gustavo, atual vereador em Belém, disputará o lugar do pai na Assembleia Legislativa do Estado, conforme o jornalista Mauro Bonna anuncia, na sua coluna na edição de hoje do Diário do Pará. A decisão de Sefer, que teve a 11ª maior votação na eleição de quatro anos atrás, não é voluntária. Ele sabe que dificilmente se manteria no cargo tendo a acompanhá-lo a acusação de pedófilo e estuprador.
Seu filho, o 3º vereador mais votado na capital dois anos atrás, também foi acusado pelo mesmo crime, mas não foi indiciado em processo na justiça, como o pai. Além disso,em 2010, Luiz Afonso foi condenado em primeira instância a 21 anos de prisão e ao pagamento de multa de 120 mil reais (valor da época) por ter estuprado continuamente uma menor, no período em que ela tinha de 9 a 13 anos, em sua própria casa, para onde a trouxera do interior do Estado, para trabalhos domésticos.
Uma das câmaras criminais do Tribunal de Justiça do Estado revogou a sentença da juíza Maria das Graças Alfaia Fonseca, titular da vara penal de crimes contra crianças e adolescentes de Belém, e absolveu Sefer, que também é médico e empresário, um mês e meio depois da condenação, por 2 votos (dos desembargadores João Maroja, relator, e Raimundo Holanda) contra um (do juiz convocado Altemar Paes}.
Mas em março deste ano, o ministro Joel Ilan Parcionik, da 5ª turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), restabeleceu a condenação, devolvendo o processo para a justiça paraense, por onde voltará a tramitar, mas com a vigência da ordem de prisão contra o parlamentar, que poderá ser executada se um eventual recurso que ele apresentar não for acolhido.
Assim, mantida a decisão do ministro do STJ, Sefer será atingido pela lei da ficha suja e não poderia mais ser candidato, mesmo se quisesse, ou, se fosse, estaria sujeito à perda do mandato. Parece ter preferido não arriscar e tentar garantir seu lugar para o seu filho, acusado de ter abusado também da menor. Hoje, ela tem entre 22 e 23 anos e está amparada pelo programa de proteção do governo federal.
Via: Lúcio Flávio Pinto
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